Giuni Russo, nome artístico de Giuseppa Romeo, nasceu na Sicília a 10 de Setembro de 1951.

Famosa pela sua extraordinária extensão vocal, que lhe permitia cobrir quase cinco oitavas, conseguia associar uma técnica indiscutível a uma originalidade compositiva e uma sensibilidade de interpretação absolutamente fora do comum, características que fazem desta Artista a figura mais peculiar e interessante do panorama musical italiano e não só. É considerada uma das vozes mais belas do século 20.

Giuni começa de muito jovem a estudar canto e composição, apurando precocemente o seu excepcional talento natural.

Em 1967 vence o Festival de Castrocaro com o trecho "A chi"("Hurt"de Timi Yuro), entrando por direito no Festival de Sanremo do ano seguinte. Em 1968, com o nome de Giusy Romeo, participa na 18ª edição do Festival di Sanremo onde apresenta a canção No amore, que fará parte do seu primeiro single.

Em 1969 é convidada para uma longa tournèe pelo Japão, durante 3 meses e completa os seus 18 anos em Tóquio. No mesmo ano tem o encontro decisivo com M. Antonietta Sisini, com quem irá partilhar o resto da sua carreira e da sua vida e muda-se definitivamente para Milão.

É de 1975 o seu primeiro álbum, inteiramente em inglês, "Love is a woman".

Em 1981, Giuni publica o refinadíssimo Energie mas o grande sucesso chega no ano seguinte, em 1982, com o single "Un'estate al mare", canção que lhe dá a vitória no Festivalbar e que chega aos tops onde fica durante meses, dando-a a conhecer a um público mais vasto.

O clamoroso sucesso desta música dá uma grande notoriedade à artista. As gravações seguintes - "Vox (1983)", "Mediterranea (1984)", "Giuni" (1986) e "Album" (1987) – revelam uma artista em contínua transformação, com um experimentalismo vocal e instrumental único. Em '88, com o álbum "A casa di Ida Rubinstein", dá-se a viragem, que encerra a sua fase "ligeira": fazendo misturas originais e surpreendentes, Giuni executa árias e romanças de Bellini, Donizetti e Verdi, um repertório que confirma a sua natural vocação para composições musicais mais vanguardistas. Depois da publicação deste cd, a artista estará envolvida em prestigiosas tournées com organizações líricas e culturais e será consagrada como percursora de uma nova corrente musical: a música de fronteira.

Em 1992 Giuni publica "Amala", uma recolha de sucessos. Em 1994 sai um álbum completamente inédito, "Se fossi più simpatica sarei meno antipatica".

Giuni segue um percurso cada vez mais eclético: colabora com escritores e poetas, estuda antigos textos sagrados, dá inúmeros concertos, compõe novas canções. É neste período que a artista se aproxima da espiritualidade carmelita e começa a admirar as figuras de Santa Teresa D'Ávila, de Edith Stein, de São João da Cruz cujos escritos são, para ela, fonte de contínua inspiração. Em 1997 dedica-se ao teatro, ao lado de Giorgio Albertazzi, e canta versos de Borges.

Em 2002, Giuni publica "Signorina Romeo live", uma colectânea de músicas interpretadas nos concertos dos anos anteriores, onde se destaca uma versão de "Sakura", tradicional Japonês que a encantou durante os meses passados no Japão.

Em 2003, o grande retorno: Giuni participa no 53° Festival de Sanremo com "Morirò d’ amore", a faixa que dá também o nome ao seu novo álbum.

No final de 2003, um novo álbum, "Demo De Midi", catorze peças inéditas gravadas em versão demo nos anos '80 e '90.

Em 2004, o esplêndido "Napoli che Canta", suite musical para o filme homónimo (1926) de Roberto Leone Roberti, publicado em CD e DVD. Na noite de 13 para 14 de Setembro de 2004 Giuni Russo morre, na sua casa de Milão.

A Associação GiuniRussoArte (fundada em 2005 por M.Antonietta Sisini), que tutela e promove o património artístico de Giuni, pretende continuar o seu trabalho, na certeza absoluta de respeitar as escolhas artísticas de Giuni.